CÂNCER DE PRÓSTATA

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CÂNCER DE PRÓSTATA

 

O câncer de próstata vem aumentando sua incidência progressivamente na população brasileira e mundial, ao longo das últimas décadas. Isto se deve principalmente a realização dos exames preventivos de forma mais disseminada, além do envelhecimento da população.
Atualmente é o tipo de câncer mais comum no homem (exceto o de pele), o que mostra porque é tão importante sua prevenção e diagnóstico precoce.

 

Exame preventivo

 

Culturalmente, a mulher sempre esteve acostumada a se consultar com seu ginecologista, e o exame ginecológico nada mais era do que uma extensão da consulta. Já para o homem, expor sua intimidade e submeter-se a um exame delicado como o toque retal, sempre foi motivo de preconceito e ojeriza. Porém, nos últimos anos vemos uma maior conscientização da população acerca dos cuidados e exames preventivos contra o câncer. Com isso, a população masculina foi perdendo seu medo e aceitando mais abertamente este tipo de exame. Atualmente é bastante difícil encontrar no consultório um paciente que se negue a realizar o toque retal, depois de explicado sua finalidade e os benefícios do diagnóstico precoce do câncer de próstata. Contudo, ainda existem alguns pacientes receosos com o exame, principalmente entre os mais velhos.
O exame de toque retal existe deste modo porque a próstata e um órgão localizado profundamente na pelve masculina, e não pode ser palpado através da superfície do abdômen, como acontece com outros órgãos (fígado, bexiga, baço). A próstata se situa adjacente à porção terminal do intestino grosso, o reto, e pode ter sua superfície avaliada através do toque retal.
O procedimento é realizado pelo médico, introduzindo o dedo indicador (revestido por luva e devidamente lubrificado) no orifício anal e palpando a próstata. Não demora mais que alguns segundos e normalmente é indolor. Alguns pacientes com patologias anais, como fissuras ou fístulas, podem sentir certo desconforto com o exame.
Atualmente o exame do toque retal ainda é imprescindível no diagnóstico precoce do câncer de próstata. Juntamente com a dosagem do PSA, ambos fazem parte da avaliação mínima no exame prostático preventivo. Isto se dá porque somente o PSA não detecta todos os casos de câncer. Alguns pacientes, mesmo com o valor de PSA normal, podem apresentar nódulos sugestivos de malignidade no toque retal.
Porém é importante lembrar que o diagnóstico definitivo do câncer de próstata só é feito com a biópsia do órgão. Quando encontrado qualquer anormalidade, seja no toque retal ou na dosagem do PSA, a biópsia está indicada.
Para a população em geral, recomenda-se iniciar os exames a partir dos 45 anos de idade. Para pacientes negros ou com parentes de primeiro grau afetados pela doença, recomenda-se fazer a prevenção a partir dos 40 anos.

 

Sintomas e diagnóstico

 

O câncer de próstata só vai apresentar sintomas em seus estágios mais avançados. Por isso a importância do exame preventivo, no qual procuramos diagnosticar o tumor em sua fase assintomática.
Quanto sintomático, o câncer se manifesta pelo crescimento local dentro da próstata, podendo acarretar sangramento urinário e obstrução ao fluxo de urina, com conseqüente dificuldade na micção. Já na presença de metástases (disseminação do tumor pelo corpo), o principal sintoma é a dor nos ossos, pois estes são os locais preferenciais de acometimento na doença metastática.
A seguir, enumero os principais fatores de risco para o câncer:

 

  • raça negra: os negros têm uma incidência 30 a 40% maior de câncer de próstata do que os brancos; do mesmo modo, os orientais tem uma menor taxa da doença
  • hereditariedade: a presença de um parente de primeiro grau (pai, irmão, filho) com a doença diagnosticada antes dos 60 anos duplica a chance de se desenvolver o câncer, enquanto dois parentes de primeiro grau afetados aumenta esta chance em 5 vezes.
  • idade: cerca de 75% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados acima dos 65 anos. Quanto mais velho fica o homem, maior a chance de ter a doença. Se todos os homens vivessem até os 100 anos, praticamente todos teriam o tumor. Porém, o câncer diagnosticado em idades mais avançadas tende a ter um curso mais benigno, enquanto que os tumores descobertos antes dos 50 anos são mais agressivos.

 

Tratamento

 

Como em todo tipo de câncer, a cura depende do diagnóstico precoce. Quando diagnosticado em suas fases iniciais, enquanto ainda está confinado á próstata (tumor localizado), consegue-se a cura na grande maioria dos casos. Neste estágio, existem duas modalidades principais de tratamento: a cirurgia e a radioterapia. A cirurgia, atualmente, é a terapia mais utilizada entre os urologistas, porque apresenta resultados de cura em longo prazo um pouco melhores que a radioterapia.
O tratamento cirúrgico consiste na remoção da próstata e vesículas seminais, além da retirada de alguns gânglios abdominais que podem ser focos de metástases. No pós-operatório o paciente apresenta alguns inconvenientes, como incontinência urinária e impotência sexual, mas que tem tratamento ao longo do acompanhamento.
A radioterapia é realizada em várias sessões, em que um feixe de radiação é direcionado à região da próstata, a fim de matar as células tumorais. Apresenta uma incidência menor de complicações como incontinência e impotência, mas pode ter efeitos colaterais próprios da técnica, como diarréia e sangramento urinário.
Nos casos em que o tumor ultrapassa os limites da próstata, podemos empregar terapias combinadas, como radioterapia + hormonioterapia, ou cirurgia + hormonioterapia.
A hormonioterapia emprega medicações que vão suprimir a produção de testosterona, principal hormônio responsável pelo crescimento do câncer. Como é um tratamento sistêmico, este tipo de terapia é empregado principalmente no tumor metástatico.
A quimioterapia no câncer de próstata só é empregada nos últimos estágios da doença, em que o tumor metastático não mais responde ao tratamento com hormônios.